Uma loja de bebidas localizada na Rua Epitácio Pessoa, no bairro do Guamá, em Belém, foi apedrejada ontem por dois homens. O crime, registrado por câmeras de segurança, ocorreu às 15h17 e as imagens rapidamente circularam nas redes sociais, alimentando debates sobre segurança pública e a possível atuação de facções criminosas na região.
Nas imagens, dois homens aparecem caminhando pela calçada em direção ao estabelecimento. Um deles veste uma regata vermelha e o outro uma camisa azul com boné claro. Carregando objetos não identificados, eles jogam os itens contra a fachada da loja e fogem pela passagem Presidente Vargas.
Apesar da destruição, o proprietário do comércio não registrou boletim de ocorrência, mas a Seccional do Guamá já iniciou as investigações. A Polícia Civil informou que o caso está sendo tratado como crime de dano, previsto no Código Penal brasileiro com pena de até quatro anos de prisão e multa.
O ataque gerou intensa repercussão nas redes sociais, onde muitos internautas especularam que a motivação do crime pode estar ligada à cobrança da chamada “taxa do crime” — uma extorsão imposta por facções a comerciantes locais.
Um usuário comentou: “Belém está ficando quase um Rio de Janeiro. Muito triste de ver isso. Os comerciantes estão sofrendo, pagando taxas absurdas, enquanto o governo não faz nada.”
Outro, reforçou: “Quase todos os comércios de Belém e Ananindeua pagam. É culpa do governo que deixa isso acontecer.”
Contexto de insegurança
A denúncia de extorsão por facções não é nova na região. Comerciantes em bairros como o Guamá relatam enfrentar ameaças frequentes, e muitos acabam cedendo às exigências por medo de represálias. O ataque à loja de bebidas, ocorrido em plena luz do dia e com os agressores de “cara limpa”, foi visto por muitos como uma demonstração de ousadia e poder das facções.
Resposta das autoridades
A Polícia Civil reforçou a importância de formalizar denúncias para a investigação de crimes e solicitou que informações sobre o caso sejam encaminhadas ao Disque-Denúncia (181). O anonimato é garantido, e a ligação é gratuita.
Enquanto isso, a população de Belém clama por medidas mais efetivas de combate ao crime organizado e pela proteção dos comerciantes, que se tornaram alvos frequentes dessa violência.
Além das críticas às facções, o governo estadual foi alvo de indignação. Usuários apontaram a falta de medidas de segurança e o desinteresse das autoridades em priorizar o enfrentamento da criminalidade.
Em um momento de crescente insegurança, o episódio reflete a necessidade urgente de ações coordenadas para devolver a sensação de segurança à capital paraense.