O assunto mais comentado nas redes sociais foi a aprovação pela Câmara Municipal de Belém do projeto que aumenta os próprios salários dos vereadores, do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais. Os internautas mostraram indignação, diante da pandemia do coronavírus. Para eles, trata-se de uma imoralidade, além de irresponsabilidade dos chamados representantes do povo.
O prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) prometeu vetar o projeto, aprovado na sessão extraordinária de ontem, juntamente com outros 75 projetos. “Vou vetar o projeto de reajuste salarial dos vereadores. Passei oito anos e não houve projeto para aumento, mesmo sem salário de prefeito. Não seria agora, na despedida, que aprovaria esse reajuste em plena crise da pandemia”, reagiu o prefeito pelo Twitter.
Se o reajuste fosse aprovado pela prefeitura, o salário dos vereadores teria um aumento de quase quatro mil reais, passando de R$ 15.031,76 para R$ 18.999,19, sendo essas informações disponíveis para o público no Portal da Transparência da Câmara. A versão que corre nas redes sociais é de que o articulador do reajuste seria o vereador reeleito John Wayne, do MDB.
O salário do o prefeito passaria de R$ 19,2 mil para R$ 25,3 mil; do vice-prefeito de R$ 17mil para R$ 24,5 mil e dos secretários municipais de R$ 16 mil para R$ 18 mil, que é o mesmo salário dos vereadores.
Além do anúncio do veto por Zenaldo Coutinho, hoje o prefeito eleito Edmilson Rodrigues (Psol) também se posicionou sobre o Projeto de Lei em sua rede social. “Em um momento de absoluta crise econômica (…) aprovar um acréscimo desses no gasto municipal não corresponde ao interesse público. Espero que o veto anunciado pelo atual prefeito se confirme”, disse.
O reajuste foi aprovado de forma simbólica, não houve votação de painel eletrônico. O projeto de lei é da Comissão de Economia e Finanças da CMB, presidida pelo vereador Fabrício Gama (PMN). Depois que o assunto ganhou a indignação pública, vereadores de oposição como Fernando Carneiro (PSOL), Dr. Chiquinho (PSOL),• Enfermeira Nazaré (PSOL), Amaury da APPD (PT), e Henrique Soares (PDT), declararam que eram contra o aumento.
A CMB explicou, por meio de assessoria, que o cálculo seria ainda maior se o reajuste fosse baseado nas perdas salariais e que foi considerada a Emenda Constitucional nº 25, de 14 de fevereiro de 2020, que cita que “em municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento dos subsídios dos deputados estaduais”. Ainda segundo a CMB, os funcionários eleitos do município não recebiam reajuste desde 2012.
A sessão ordinária teve 20 presentes, 14 ausentes e 1 licenciado. A mesa foi dirigida pelo presidente da Casa, Mauro Freitas, do PSDB.
Foram aprovados 76 projetos com votação simbólica, incluindo datas e semanas comemorativas no calendário oficial de Belém, medalhas, reconhecimento de Utilidade Pública, Título de Cidadão de Belém, Brasão D’armas, projetos de obrigatoriedade e mudanças administrativas.

Quem faltou:
1. Adriano Coelho (PDT)
2. Bieco (PL)
3. Celsinho Sabino (PSC)
4. Dinelly (PSC)
5. Igor Andrade (Solidariedade)
6. Marciel Manão (Avante)
7. Nenem Albuquerque (MDB)
8. Prof Nilda Paula (PSD)
9. Rildo Pessoa (PTB)
10. Sargento Silvano (PSD)
11. Simone Kahwage (Cidadania)
12. Toré Lima (DEM)
13. Wilson Neto (PV)
14. Paulo Queiroz (MDB) – licenciado
Quem compareceu:
1. Amaury da APPD (PT)
2. Blenda Quaresma (MDB)
3. Dr Chiquinho (PSOL)
4. Dr Elenilson (Avante)
5. Emerson Sampaio (PP)
6. Enfermeira Nazaré Lima (PSOL)
7. Fabrício Gama (PMN)
8. Fernando Carneiro (PSOL)
9. Gleisson (PSB)
10. Henrique Soares (PDT)
11. Joaquim Campos (MDB)
12. John Wayne (MDB)
13. Lulu das Comunidades (PTC)
14. Mauro Freitas (PSDB)
15. Moa Moraes (PSDB)
16. Nehemias Valentim (PSDB)
17. Pablo Farah (PL)
18. Prof Elias (PSB)
19. Wellington Magalhães (PPS)
20. Zeca Pirão (MDB)
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