O secretário de Saúde de Belém, Maurício Bezerra, em entrevista ao Ver-o-Fato, revela que cerca de 60% dos leitos de UTI para adultos, na capital, estão sendo ocupados por pessoas entre 30 até 50 anos. “É faixa etária mais baixa em comparação à ocupação ao longo de 2020”, explicou Bezerra, referindo-se ao fato de ano passado a imensa maioria dos pacientes em estado grave estar na faixa de 60 anos para cima.
Números de ontem da Sesma, comandada por Maurício Bezerra, apontam significativa redução da taxa de ocupação, na capital paraense, de leitos de UTI – hoje com 65,2% de sua capacidade – e de 57% de leitos clínicos, por pacientes com a Covid-19. Para o secretário, apesar dessa redução de ocupação hospitalar, os pacientes “tem evoluído de forma mais grave com altas taxas de letalidade, o que mantêm a necessidade de constante vigilância e manutenção da estrutura de atendimento, tanto pré-hospitalar, como hospitalar”.
Ele também vê como fator importante para essa queda de internações, a vacinação intensificada pela prefeitura de Belém de pessoas inseridas entre as mais vulneráveis, de 60 anos até 100 anos, além de profissionais de saúde. Isso também ocorre, diz Bezerra, devido ao “melhor controle, tanto da evolução da doença, como da transmissibilidade, a partir da implantação das Clínicas de Campanha, como parte do Plano Municipal de Enfrentamento da Covid 19”.
Leia a íntegra da entrevista:
Secretário, como o sr. avalia a queda de ocupação nas UTIs e de leitos hospitalares na cidade por doentes com a Covid-19?
Apesar das taxas de ocupação hospitalar apresentarem razoável redução, os pacientes têm evoluído de forma mais grave com altas taxas de letalidade o que mantêm a necessidade de constante vigilância e manutenção da estrutura de atendimento, tanto pré hospitalar, como hospitalar, sobretudo, garantindo a base de leitos disponíveis, tanto em enfermarias para casos moderados, como em UTI para casos de maior gravidade. .
A que o sr. atribui essa queda. A procura diminuiu porque o índice de contaminação e infecção também caiu ou o sr. atribui isso a outro fator?
Certamente há relação direta com o avanço da vacinação nos segmentos mais vulneráveis da sociedade – idosos com 60 anos ou mais e profissionais de saúde -, mas também com o melhor controle, tanto da evolução da doença, como da transmissibilidade, a partir da implantação das Clínicas de Campanha, como parte do Plano Municipal de Enfrentamento da Covid 19, que propiciam o atendimento de pacientes na fase inicial, com diagnóstico rápido, além de orientações e isolamento precoce, inclusive, de contactantes, o que reduz acentuadamente a transmissão do vírus.
A vacinação de idoso de 100 anos até 60 anos teve influência nessa queda por internação, já que esses idosos eram o que mais ocupavam UTIs e leitos?
Sim , é certamente o fator de maior relevância já que o risco de agravamento da doença é maior em certos grupos populacionais, dentre estes os com 60 anos ou mais.
E no caso dos jovens, hoje com maiores registros de internações, inclusive na UTI, com mortes, como o sr. avalia isso? Essa procura nessa faixa de idade, abaixo ou perto de 50 anos, até de jovens entre 20 e 40 anos, é alta em Belém ou não chega a isso? Há números para demonstrar?
Penso que o comportamento com menor grau de rigidez quanto a medidas de isolamento, mas sobretudo a presença de novas variantes do Coronavírus são fatores decisivos; é sabido que estas variantes são mais transmissíveis e acometem de forma grave também pessoas mais jovens. A incidência de formas evolutivas graves e letais têm levado a ocupação de cerca de 60% dos leitos de UTI para adultos, entre 30 até 50 anos, portanto de faixa etária mais baixa em comparação à ocupação ao longo de 2020.
Discussion about this post