As negociações entre o banco e a categoria deram em nada e a greve é iminente. Leia a íntegra do acordo coletivo e as reivindicações dos trabalhadores
Desde o final de junho estão em curso as negociações entre a Diretoria do Banpará, o Sindicato dos Bancários do Pará e a Associação dos Funcionários do banco (AFBEPA) sobre a minuta de reivindicações da Campanha Salarial de 2024. Na 6ª rodada, ocorrida na última quarta-feira, 31, a negociação entre os funcionários e o diretor administrativo do banco, Paulo Arévalo, foi infrutífera.
O Banpará, representado pelo seu diretor administrativo, Paulo Arévalo, não apresentou nenhuma proposta econômica em resposta às reivindicações dos funcionários, que incluem um reajuste salarial a partir de 1º de setembro de 2024, com correção pelo INPC acumulado entre 1º de setembro de 2023 e 31 de agosto de 2024, acrescido de um aumento real de 5%. Isso abrange os pisos das tabelas e níveis do PCCS, bem como outras verbas de natureza salarial (salário e gratificação de função).
A AFBEPA considera que há uma falta de disposição do diretor Paulo Arévalo, que supostamente não se alinha com a sua presidente, Ruth Pimentel, e acredita que será necessário votar o estado de greve na próxima assembleia do Sindicato. Vale ressaltar que desde o primeiro mandato do governador Helder Barbalho, o Banpará não se depara com uma greve do funcionalismo.
Outro ponto, é que a diretoria administrativa do banco, sob o comando de Paulo Arévalo, é responsável pelas áreas jurídica, de engenharia e de gestão de pessoas. Estas duas últimas setores críticos da instituição. Uma breve consulta à página oficial da AFBEPA revela que o Banpará negligencia seus funcionários, deixando-os em situações precárias. Há inúmeras denúncias de agências sem recursos básicos, como ar-condicionado e a troca de lâmpadas queimadas, Além da falta de reposição de funcionários transferidos ou aposentados, sobrecarregando os demais.
Lucros parrudos e trabalhadores explorados
Para as entidades de classe que representam os funcionários, essa situação é incompreensível, dado o crescimento impressionante dos lucros do Banpará. Em 2023, o banco registrou mais de R$ 280 milhões de lucro, um aumento de 56,90% em comparação a 2022. No primeiro trimestre de 2024, o lucro foi de R$ 75,3 milhões, uma alta de 52,80% em relação ao mesmo período de 2023.
Apesar desses números robustos e das boas notícias para os acionistas (leia-se o Governo do Estado), a realidade dos trabalhadores é bem diferente. Os lucros recordes do Banpará resultam do trabalho árduo, estressante e das longas horas dos funcionários, que ainda enfrentam constantes assédios.
O banco, conhecendo seu orçamento, deveria estar preparado para este momento de reivindicações salariais. Apenas o diretor e a Diretoria sabem como atender às reivindicações dos funcionários, e o Banpará deveria estar pronto para isso.
O que se comenta é que talvez, o fato de Paulo Arévalo ser advogado de carreira do banco e nunca ter trabalhado em uma agência bancária explique sua falta de empatia com a situação dos funcionários. Isso é corroborado pelo fato de ele passar boa parte do seu tempo no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), por motivos alheios aos interesses do banco.
O Ver-o-Fato tentou, sem resultado positivo, manter contato com a diretoria do banco e os citados na matéria, para ouvir a manifestação deles. O espaço está aberto ao contraditório e ampla defesa.















