A Polícia Federal flagrou um esquema criminoso que evidencia a preocupante conexão entre o setor público e transações ilegais. Um assessor parlamentar e um representante comercial foram presos no final de semana em flagrante no bairro do Umarizal, em Belém, logo após realizarem um saque de R$ 1,1 milhão em espécie em uma agência bancária. A ação rápida da PF também resultou na apreensão de dois veículos – um deles blindado –, além de celulares e documentos que podem expor outros detalhes do esquema.
A movimentação financeira em espécie, especialmente de valores tão elevados, é um forte indício de lavagem de dinheiro, enquanto a entrega do montante ao assessor parlamentar configura o crime de corrupção. O representante comercial, vinculado a uma empresa que mantém contratos vultosos por meio de licitações com órgãos públicos, entregou a quantia diretamente ao servidor público, em um flagrante de conluio criminoso entre o setor privado e representantes do poder legislativo.
A PF não divulgou os nomes dos presos. Eles já vinham sendo monitorados .
O caso é mais do que um episódio isolado; ele reflete as fissuras de um sistema que permite a utilização de empresas para desviar recursos públicos. O assessor, figura diretamente associada à esfera política, utilizava sua posição para intermediar transações ilícitas, enquanto o empresário envolvido fazia parte de um esquema que não apenas drena recursos do Estado, mas também fragiliza a confiança nas instituições públicas.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para aprofundar as investigações e determinar o alcance da operação criminosa. Embora a prisão em flagrante tenha sido homologada pela Justiça Federal, os suspeitos foram liberados em audiência de custódia e responderão aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em liberdade.
ATUALIZAÇÃO ÀS 20h52 – QUEM SÃO OS INVESTIGADOS:
O Ver-o-Fato teve acesso exclusivo aos nomes dos envolvidos no flagrante feito na sexta-feira, pela Polícia Federal. Um é o assessor parlamentar, Jacob Aarão Serruya Neto, lotado no gabinete do deputado federal Antônio Doido. O outro é o empresário Wandson de Paula Silva, que fornece alimentação para órgãos do governo estadual, gestão de Helder Barbalho.
De acordo com a apuração, confirmada por uma fonte, o dinheiro, cerca de R$ 1,1 milhão em espécie, sacados poucos minutos antes das prisões em uma agência bancária do bairro do Umarizal, seria destinado ao empresário Alexandre Coelho. O “dono” do dinheiro, segundo as investigações, é um operador que movimenta milhões dentro do governo, atuando “nas sombras”.
O espaço está aberto às manifestações dos citados, uma vez que o Ver-o-Fato não conseguiu contato com eles, porque estavam com celulares desligados.
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