Hoje em dia é cada vez mais comum ouvir termos como heterossexualidade (atração pelo sexo oposto), homossexualidade (atração pelo mesmo sexo), “bissexualidade” (atração por ambos os sexos) e etc, que são classificações que indicam especificidades de orientações sexuais na sociedade.
Porém, o que estava se estabilizando como consenso, vem sendo problematizado e ganhando novos paradigmas que cada vez mais atraem adeptos que concordam que as classificações, acima mencionadas, devem se resignificar para sincronizar ao mundo atual.
Uma dessas resignificações foi sugerida por Mahmoud Baydoun, que é sexólogo especialista em sexualidade humana pela Universidade de São Paulo (USP). Nas suas redes sociais, Mahmoud levantou o debate ao afirmar que os termos usados para classificar são fruto de invenção, sendo apenas categorias políticas, que a sexualidade é fluida e, portanto, não pode ser classificada, pois cada pessoas deseja de forma única e singular.
Cita ainda que a “escala de Kinsey” – que tenta descrever o comportamento sexual de uma pessoa ao longo do tempo e em seus episódios num determinado momento – foi proposta nos anos 40 do século XX, sendo, hoje, defasada para contemporaneidade.
Nesse panorama, houve quem concordasse dizendo que a categorização segrega e atua contra a liberdade orgânica da pluralidade, da fluidez perante ao tempo e pulsões do corpo. Por outro lado, há quem argumente que a definição é uma necessidade pela busca de direitos, visibilidade e resistência frente a homogeneização que resulta de visões conservadoras.
Nessa semana, no BBB-21, houve um debate acerca da bissexualidade de um dos participantes. Na oportunidade, pessoas BI salientaram o quanto essa classificação é incompreendida e desacreditada pela falta de aceitação até, muitas das vezes, por indivíduos dentro do próprio movimento LGBT+.
Nessa perspectiva, a proposta de Mahmoud, diz ele, até simplificaria os processos de aceitação, pois o ser/estar no mundo, pelo menos na sexualidade, se desenvolveria na perspectiva da liberdade individual de cada um fluir como bem entender.
Bom, é no mínimo polêmico, mas não menos interessante.
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