• Sobre
  • Anúncios
  • Contato
  • Bodybuilding Insight
Ver-o-Fato
Advertisement
  • Home
  • Notícias
  • Coisas de casa
  • Ação Política
  • Publicidade Legal
  • Anúncios
  • Mais…
    • Colunas
    • Política
    • Esporte
    • Polícia
    • Defesa do Consumidor
    • Economia
    • Para o mundo ver
    • Meio Ambiente
    • Mistério & Inexplicável
    • Saúde
    • Cultura
    • Entretenimento
    • Famosos
    • Comportamento
    • Empregos
    • Turismo
    • Cidades
    • Poder
    • Educação
    • Viralizou
    • Brasil
    • Publieditorial
No Result
View All Result
  • Home
  • Notícias
  • Coisas de casa
  • Ação Política
  • Publicidade Legal
  • Anúncios
  • Mais…
    • Colunas
    • Política
    • Esporte
    • Polícia
    • Defesa do Consumidor
    • Economia
    • Para o mundo ver
    • Meio Ambiente
    • Mistério & Inexplicável
    • Saúde
    • Cultura
    • Entretenimento
    • Famosos
    • Comportamento
    • Empregos
    • Turismo
    • Cidades
    • Poder
    • Educação
    • Viralizou
    • Brasil
    • Publieditorial
No Result
View All Result
Ver-o-Fato
No Result
View All Result
Home Cultura

Arquitetura da Destruição, em Belém

Oswaldo Coimbra por Oswaldo Coimbra
15/10/2025
in Cultura
Arquitetura da Destruição, em Belém

O que restou de um lado do corrimão. O outro lado desapareceu. Ao fundo, o marco.

CompartilharTwitter

“Arquitetura da Destruição” é o título de um filme de Peter Cohen considerado como um dos melhores estudos já feitos, no cinema, sobre o nazismo.
O filme lembra que o nazismo, na sua ameaçadora pretensão de embelezar o mundo, provocou destruição em toda parte por onde estendeu seu domínio.

Noventa anos depois, na Amazônia, não provoca estragos menos dramáticos um tipo de capitalismo primitivo.

O qual atingiu seu ponto extremo, no período do regime ditatorial sofrido pelo Brasil entre 1964 e 1985.
Numa violência ainda estampada na paisagem de Belém.

Que, como toda cidade — lembra um dos mais importantes escritores italianos do século XX, Ítalo Calvino — acumula as marcas das pessoas que viveram nela.

Em “As Cidades Invisíveis”, Calvino escreveu:

“A cidade não conta o seu passado, ela o contém, como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das escadas.”
Suas marcas — ele prosseguiu — são riscadas em cada um dos seus trechos por arranhões, serras, entalhes, esfoladuras.

Em Belém, registraram os contatos das mãos de várias gerações de moradores da cidade, dois destes corrimãos de escada lembrados pelo escritor.
Eles estiveram construídos nos dois lados do início da Avenida Presidente Vargas, antiga Avenida 15 de Agosto.

Um marco de pedra implantado bem próximo dali informa a data de construção deles: 1916.
Eram corrimãos necessários por certa característica, bem perceptível, do terreno naquela área.
Muito relevante na história do crescimento urbano de Belém.
A elevação do terreno naquele trecho da avenida.

Foi a existência desta elevação que libertou, para a sua expansão, o crescimento de Belém, antes confinado, por quase 200 anos, no espaço dos dois únicos bairros iniciais da cidade: Cidade Velha e Campina.

Tal represamento da expansão urbana de Belém resultou da implantação do núcleo inaugural da cidade, em 1616, por Francisco Caldeira Castelo Branco, com a construção do Forte do Presépio.

Posto que a fortificação militar foi levantada num “fragmento de terraço”, apenas 6 metros acima do nível das águas da Baía do Guajará, onde ela continua até hoje.

Nos terrenos daqueles dois bairros, os membros da ordem dos franciscanos terminaram encontrando, em 1626, um trecho mais alto, porém distante 1.200 metros do forte.

Nele, puderam construir um convento, com uma de suas faces voltada diretamente para a baía.
O convento ficou situado na continuidade de um terreno espaçoso e livre, num trecho da atual Rua Gaspar Viana.
Ainda havia diante dele as águas que banhavam Belém, naquele ponto, quando o marco de construção dos corrimãos foi implantado ali.
Isto porque aquela rua tinha, naquela área, apenas um lado, onde os religiosos se fixaram.

Na segunda metade de 1700, o convento franciscano foi valorizado pela participação do arquiteto italiano Antônio Giuseppe Landi na concepção de sua capela da Ordem Terceira.

Foi próximo do convento que, 290 anos mais tarde, surgiram os degraus e o corrimão do lado esquerdo do início da Avenida Presidente Vargas, para quem se dirigia à Praça da República.

No corrimão do lado oposto da Avenida Presidente Vargas terminavam as quadras da Boulevard Castilho França.
Estas quadras se iniciavam perto do Ver-o-Peso.
Algumas, dotadas de majestosos casarões de três pavimentos — altura máxima atingida pelas edificações da cidade na época.
Nos casarões funcionavam as firmas exportadoras de borracha e madeira, em atuação neles desde os meados dos anos de 1800, quando teve início o Ciclo da Borracha.

Antes dos corrimãos, mais perto das águas da baía, para quem sobe a Avenida Presidente Vargas, ficava o belo prédio da Port of Pará.
A empresa foi a responsável pelo aterramento daquele pedaço do litoral de Belém, quando surgiu, então, a Boulevard Castilho França e o cais, com seus galpões de ferro importado.

Naquele trecho inicial da Avenida Presidente Vargas, assim, se acumulavam heranças acolhidas, ali, com beleza e harmonia, da ordem religiosa instalada em Belém nos anos de 1600, da arquitetura de Landi, dos anos de 1700, e da Belle Époque amazônica, dos anos de 1800.

Nos anos de 1930, houve uma alteração benéfica naquele cenário, quando Oswald Massler construiu um elegante prédio de poucos andares, ainda na subida da avenida, para a empresa inglesa Booth Line, que operou com transatlânticos nas linhas Belém-Europa, no período.

Este cenário perdurou depois de 1940, quando os ex-alunos da Escola de Engenharia do Pará — EEP, fundada em 1931 — começaram a construir prédios altos, para os quais eram mais favoráveis os terrenos de cotas elevadas da Avenida Presidente Vargas.
Nos anos de 1950, a avenida se tornou o corredor de exposição da verticalização de Belém.
Uma foto de 1956 mostra como esta verticalização, promovida pelos ex-alunos da EEP, se harmonizou perfeitamente com as obras criadas pelos construtores que os antecederam.

Tal situação, contudo, foi agressivamente alterada após o Golpe de Estado de 1964, quando o Pará passou a ser governado por homens de confiança do regime militar.

E o capitalismo em vigência no país adquiriu sua feição mais selvagem.

Na rampa da avenida, quase colado ao marco, se incrustou um espigão modernoso, construído para o Ministério da Fazenda.
Alinhado a ele, a Marinha erigiu a sede da Capitania dos Portos e, a Celpa, em seguida, montou uma subestação de sua rede elétrica.
Surgiu, deste modo, na área, um outro lado da Rua Gaspar Viana, formado pelas fachadas destas construções.
Assim como uma nova quadra, com um único lado, da Rua Municipalidade, formada pelos fundos das mesmas construções.

A cálida Praça dos Escoteiros, atrás do prédio da Port of Pará, foi invadida pela expansão da Rua Municipalidade.
O caos instaurado lá privou os franciscanos da visão da baía de que desfrutaram por séculos.
E provocou mais um dano: a destruição do prédio da Booth Line, para que, no seu espaço, surgisse um feio caixote de cimento, destinado à Caixa Econômica Federal.

O corrimão da direita na subida da Presidente Vargas, perto da Boulevard Castilho França, foi sendo depredado e, por fim, desapareceu totalmente.
O corrimão da esquerda sobrevive em frangalhos, com partes dele já também subtraídas.
As marcas da Arquitetura da Destruição, por fim, se fixaram ali.

*Oswaldo Coimbra é escritor e jornalista

English translation (Tradução para o inglês)

Architecture of Destruction in Belém

“Architecture of Destruction” is the title of a film by Peter Cohen, considered one of the finest cinematic studies ever made about Nazism.
The film reminds us that Nazism, in its menacing pretense of beautifying the world, brought destruction everywhere it extended its dominion.
Ninety years later, in the Amazon, a form of primitive capitalism has caused no less dramatic damage.
It reached its extreme point during the dictatorial regime that Brazil endured between 1964 and 1985 — a violence still stamped on the landscape of Belém.

Like every city, as one of the most important Italian writers of the 20th century, Italo Calvino, reminds us, Belém carries the marks of the people who have lived there.
In Invisible Cities, Calvino wrote:
“The city does not tell its past, it contains it, like the lines of a hand, written in the corners of the streets, in the gratings of the windows, in the handrails of the stairs.”
Its marks — he continued — are etched in each of its stretches by scratches, saws, carvings, abrasions.

In Belém, two of those handrails of stairways recalled by the writer recorded the touch of many generations of its inhabitants.
They once stood on both sides at the beginning of Presidente Vargas Avenue, formerly Avenida 15 de Agosto.
A stone marker placed nearby indicates the date of their construction: 1916.
The handrails were necessary due to a certain, very perceptible feature of the terrain in that area — one highly relevant to the history of Belém’s urban growth: the elevation of the land along that section of the avenue.

It was precisely this elevation that freed Belém for its expansion, after being confined for nearly 200 years to its two original neighborhoods: Cidade Velha and Campina.
This containment of urban expansion resulted from the founding of the city nucleus in 1616 by Francisco Caldeira Castelo Branco, who built the Presépio Fort.
The military fortification was erected on a “terrace fragment,” only six meters above the level of the Guajará Bay waters, where it still stands today.

In the lands of those two neighborhoods, members of the Franciscan order eventually found, in 1626, a slightly higher ground about 1,200 meters from the fort.
There, they were able to build a convent, with one of its façades facing directly toward the bay.
The convent stood within a spacious, open tract of land, along what is now Gaspar Viana Street.
When the construction marker for the handrails was placed there, the waters that once bathed Belém still reached that point.
That street had only one side in that area — the side occupied by the Franciscans.

In the second half of the 1700s, the Franciscan convent gained further prestige through the participation of the Italian architect Antonio Giuseppe Landi in the design of its Third Order chapel.

It was near that convent that, 290 years later, the steps and the left-hand railing at the start of Presidente Vargas Avenue appeared, for those heading toward República Square.
On the opposite side of Presidente Vargas Avenue ended the blocks of Castilho França Boulevard.
These blocks began near the Ver-o-Peso market, some adorned with majestic three-story mansions — the tallest buildings in the city at the time.
Those mansions housed rubber and timber export companies that had operated there since the mid-1800s, when the Rubber Boom began.

Before the handrails, closer to the bay for those ascending Presidente Vargas Avenue, stood the beautiful building of the Port of Pará Company.
That company was responsible for filling in that stretch of Belém’s waterfront, giving rise to Castilho França Boulevard and the iron-structured warehouses along the wharf.

Thus, at the beginning of Presidente Vargas Avenue, the city’s landscape brought together, with beauty and harmony, legacies from the Franciscan order established in the 1600s, from Landi’s 18th-century architecture, and from the Amazonian Belle Époque of the 1800s.

In the 1930s, a beneficial change took place there when Oswald Massler built an elegant, low-rise building further up the avenue for the English company Booth Line, which operated transatlantic routes between Belém and Europe at the time.
This setting endured until after 1940, when alumni of the Pará School of Engineering (EEP), founded in 1931, began constructing taller buildings — favored by the higher terrain along Presidente Vargas Avenue.

In the 1950s, the avenue became the showcase corridor for Belém’s vertical expansion.
A 1956 photograph shows how this verticalization, promoted by the EEP alumni, harmonized perfectly with the works created by earlier builders.

This harmony, however, was violently disrupted after the 1964 coup d’état, when Pará came to be governed by men loyal to the military regime, and capitalism in Brazil took on its most savage form.
On the slope of the avenue, almost beside the marker, a “modern” concrete tower was erected for the Ministry of Finance.
Aligned with it, the Navy built the headquarters of the Port Captaincy, and soon after, the electric utility company Celpa installed a substation of its power grid.

A new side of Gaspar Viana Street thus emerged, formed by the façades of these buildings — along with a new single-sided block of Municipalidade Street, composed of their rear façades.
The warm and welcoming Scouts’ Square, behind the Port of Pará building, was invaded by the expansion of Municipalidade Street.
The chaos that ensued deprived the Franciscans of the bay view they had enjoyed for centuries.
It also caused another loss: the destruction of the Booth Line building, replaced by an ugly cement box built for the Federal Savings Bank.

The right-hand handrail on the rise of Presidente Vargas Avenue, near Castilho França Boulevard, was gradually vandalized until it completely disappeared.
The left-hand handrail survives in tatters, with parts already missing as well.
Thus, the marks of the Architecture of Destruction have finally settled there.

*Oswaldo Coimbra is a writer and journalist

(Ilustration: What remains of one side of the handrail. The other side has disappeared. In the background, the marker.)

Tags: Arquitetura da DestruiçãoDestaqueem Belém PA
Previous Post

Casa assombrada é vendida: neto critica e alerta sobre “risco paranormal”

Next Post

VÍDEO – Integrantes da “Remoçada” agridem e rasgam camisa de torcedora do Paysandu no Mangueirão

Oswaldo Coimbra

Oswaldo Coimbra

Oswaldo Coimbra é escritor, jornalista e pesquisador.

Related Posts

Gente na Amazônia existe há milênios, e isto não pode ser ignorado
Cultura

Gente na Amazônia existe há milênios, e isto não pode ser ignorado

07/11/2025

A falsidade das informações sobre o chamado “descobrimento” do Brasil, divulgadas até nas nossas escolas, surpreendeu os leitores de Ver-o-Fato,...

CAIXA Cultural Belém celebra novembro com programação especial durante a COP30
Cultura

CAIXA Cultural Belém celebra novembro com programação especial durante a COP30

06/11/2025

A CAIXA Cultural Belém preparou uma agenda diversificada para o mês de novembro, voltada tanto ao público local quanto aos...

Landi quase foi assassinado na Amazônia, antes de começar a construir em Belém
Cultura

Landi quase foi assassinado na Amazônia, antes de começar a construir em Belém

05/11/2025

Pouca gente sabe em que condição profissional Antonio Giuseppe Landi veio para a Amazônia, nos anos de 1750. Embora fosse...

Uma decisão estúpida: a de destruir nosso Grande Hotel
Cultura

Uma decisão estúpida: a de destruir nosso Grande Hotel

02/11/2025

Quando, no ano 2.000, Belém completou 384 anos, uma emissora de televisão local exibiu aquele que possivelmente seja o melhor...

Nosso Palácio Azul, por pouco, não foi demolido
Cultura

Nosso Palácio Azul, por pouco, não foi demolido

31/10/2025

Belém vinha sendo modernizada e embelezada, pelos recursos propiciados pela exportação da borracha, desde as últimas décadas dos anos de...

O período em que Belém ficou sem engenheiros-militares construtores
Cultura

O período em que Belém ficou sem engenheiros-militares construtores

29/10/2025

Belém era, então, a mais moderna cidade da América portuguesa. É isto o que dizem pesquisadores da História das Construções...

Como surgiu, no passado das construções de Belém, a beleza inesperada do âmbar
Cultura

Como surgiu, no passado das construções de Belém, a beleza inesperada do âmbar

26/10/2025

Em Belém, colônia do império de Portugal, no início dos anos de 1700, começava a surgir uma edificação diferente de...

Belém está linda, mas não pode esquecer de Dudu Trampa
Cultura

Belém está linda, mas não pode esquecer de Dudu Trampa

24/10/2025

Belém está linda. A constatação é feita com empolgação por quem ama a cidade, sabe das suas belezas histórico-arquitetônicas, e,...

A história desconhecida do novo interesse por Landi, em Belém
Cultura

A história desconhecida do novo interesse por Landi, em Belém

22/10/2025

Dulce Rocque, a presidenta da Associação Cidade Velha - Cidade Viva, ainda estava na Itália, nos anos de 1990, quando...

Como surgiu o abrigo para alunos com múltiplos talentos em Belém
Cultura

Como surgiu o abrigo para alunos com múltiplos talentos em Belém

19/10/2025

A predestinação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA de se tornar abrigo de alunos com múltiplos talentos já...

Next Post
VÍDEO – Integrantes da “Remoçada” agridem e rasgam camisa de torcedora do Paysandu no Mangueirão

VÍDEO - Integrantes da “Remoçada” agridem e rasgam camisa de torcedora do Paysandu no Mangueirão

Redes Sociais

  • 28.3k Followers

Recentes

Paul McCartney critica COP30 por ‘Hipocrisia climática’

Paul McCartney critica COP30 por ‘Hipocrisia climática’

07/11/2025
VÍDEO – Gringos da COP30 curtem “rock doido” em Outeiro

VÍDEO – Gringos da COP30 curtem “rock doido” em Outeiro

07/11/2025
Matou por um aperto de mão recusado: 18 anos de cadeia

Matou por um aperto de mão recusado: 18 anos de cadeia

07/11/2025
“Dr. Max” é preso por “Golpe do Amor” contra mulheres de Belém

“Dr. Max” é preso por “Golpe do Amor” contra mulheres de Belém

07/11/2025
Ver-o-Fato

Todos os direitos reservados © 2019 VER-O-FATO

Navegação

  • Sobre
  • Anúncios
  • Contato
  • Bodybuilding Insight

Redes Sociais

No Result
View All Result
  • Home
  • Notícias
  • Atualidades
  • Empregos
  • Anúncios
  • Mais…
    • Colunas
    • Ação Política
    • Cidades
    • Política
    • Educação
    • Poder
    • Saúde
    • Viralizou
    • Cultura
    • Entretenimento
    • Famosos
    • Mundo
    • Economia
    • Esporte
    • Mistério & Inexplicável
    • Polícia
    • Ciência & Tecnologia
    • Meio Ambiente
    • Defesa do Consumidor
    • Cultura & Eventos
    • Publieditorial

Todos os direitos reservados © 2019 VER-O-FATO