O Congresso Nacional aprovou na última terça-feira (10) uma emenda ao Plano Plurianual (PPA 2020-2023), que propõe a destinação de R$ 600 milhões de reais para a implantação e manutenção de centros especializados em Transtorno do Espectro Autista em todo o país. A emenda foi apresentada pelo deputado federal José Priante, do MDB paraense.
Em setembro deste ano, Priante recebeu a visita de membros de um grupo de trabalho do Pará, que debatem e buscam melhorias para às pessoas que sofrem com o autismo, e na ocasião destinou emenda individual de R$ 500 mil para ajudar na realização de diagnósticos, intervenção precoce e tratamento no Pará.
Sensibilizado com a situação dos autistas e familiares, que hoje não contam com programas específicos do governo federal, tampouco com locais apropriados para o tratamento, Priante propôs emenda ao Plano Plurianual (PPA-2020-2023), de forma que não só o Pará seja beneficiado, mas sim todo o país.
Atualmente não existe no Brasil uma politica pública voltada para os autistas. Quando precisam, os familiares recorrem aos Centros de Atenção Psicossocial, os CAPS, que em sua maioria são voltados para atendimentos de pessoas com sofrimento ou transtorno mental incluindo usuários de drogas e álcool, não sendo, portanto, o local mais ideal para se tratar pessoas com Transtornos do Espectro Autista.
Para Priante, a aprovação dessa emenda é uma grande vitória para todos os envolvidos nessa causa. “Estamos no começo de uma grande luta, e felizmente já tivemos essa conquista tão importante. Vamos continuar trabalhando para que esses recursos realmente cheguem à ponta e sejam executados, e que milhares de autistas tenham um atendimento mais qualificado,” afirmou o deputado.
Entenda o Transtorno do Espectro Autista
O site A Ciência Explica conceitua o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como uma gama de condições caracterizadas por algum grau de comportamento social prejudicado, como dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Recebe o nome de espectro, porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social. Segundo informações do site do dr. Drauzio Varella, o autismo era considerado uma condição rara, que atingia uma em cada 2 mil crianças.
Hoje, as pesquisas mostram que uma em cada cem crianças pode ser diagnosticada com algum grau do espectro, que afeta mais os meninos do que as meninas.
Em geral, o transtorno se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias.
Ainda de acordo com o site A Ciência Explica é muito importante que as crianças com TEA e suas famílias recebam informações relevantes, serviços, encaminhamentos e apoio prático de acordo com suas necessidades individuais. Uma cura para o TEA não está disponível. Intervenções psicossociais baseadas em evidências, no entanto, como tratamento comportamental e programas de treinamento de habilidades para pais e outros cuidadores, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida da pessoa.
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