De que arma partiram os tiros que mataram o jovem jogador de futebol Bruno Leonardo Virgínio da Silva, de 23 anos, ontem (21), na frente da casa dele, na Passagem Virgílio, no Curió-Utinga, em Belém?
Esta é a pergunta, até agora sem resposta da Polícia Civil, que todos os moradores do bairro estão fazendo, tanto nas redes sociais, aplicativos de mensagens ou nas esquinas das ruas, comércios, bares e restaurantes, porque Bruninho Metralha, apelido de infância, era muito conhecido, um garoto bom de bola, de origem humilde, que sonhava vencer na vida jogando futebol para ajudar a família pobre.
Os assassinos do atleta estavam encapuzados, em um carro cujas características não foram divulgadas. Eles demonstraram conhecer o local e entraram traiçoeiramente pela manhã, na Passagem Virgílio, chegaram na frente da casa do rapaz e chamaram por ele.
Bruninho não desconfiou de nada, pois era comum os amigos chegarem de carro para levá-lo para jogar futebol. Quando ele se aproximou do carro, levou vários tiros e, mesmo socorrido por vizinhos, morreu a caminho do Pronto Socorro Municipal.
A notícia da morte dele abalou a comunidade do Curió-Utinga e deixou em desespero familiares e amigos do rapaz. Passando o impacto inicial, logo começaram as especulações sobre a possível motivação do crime, sendo que a mais comentada foi crime passional.
Segundo os amigos, Bruninho estava em um relacionamento com uma mulher atraente, que havia se relacionado anteriormente com um policial militar da Rotam. Este homem, inclusive, foi visto e fotografado andando pelo bairro. As fotos do policial à paisana foram divulgadas em grupos de WhatsApp e no Facebook.
Para os amigos do jogador, o policial militar é o principal suspeito do crime, porque, apesar de estar separado da mulher, não se conforma com o fim do relacionamento. Um dos amigos disse que chegou a alertar Bruninho para que se afastasse da mulher, mas ele respondeu que não ia dar em nada.
Relacionamentos mortais
Surgiram comentários de que a mulher com quem Bruninho estava se relacionando tem um passado misterioso, de envolvimentos com homens violentos. Uma amiga do jogador postou um áudio dizendo que outro rapaz, chamado Yago, que também se envolveu com essa mulher e igualmente foi assassinado. “Quando falaram que o Bruninho tinha morrido, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi a morte do Yago, foi igualzinho, incrível”, disse a amiga.
Outras pessoas disseram que a mulher também se envolveu tempos atrás com outros dois homens, que também foram assassinados misteriosamente, um que seria o pai de um filho dela e outro um estudante de um colégio particular de Belém.
Os comentários foram feitos por pessoas da comunidade, que cresceram com Bruninho e conhecem a mulher, cujas fotos e imagens foram divulgadas nas redes sociais, juntamente com as fotos do policial da Rotam.
Em comentário no Facebook, um rapaz afirmou que já foi baleado pelo policial militar suspeito de matar Bruninho. Segundo ele, o PM estava espancando essa mulher na rua e ele tentou defender a vítima, acabando por entrar em luta com o agressor, conseguindo tirar a arma dele, que caiu no chão. “Eu vi que ela pegou a arma e ia entregar para ele e corri, mas ele atirou e me acertou. Depois ele disse na polícia que eu tentei tirar a arma dele”, comentou.
Na área comercial do Curió, feirantes, comerciantes e moradores lamentaram a morte do jogador. “Interromperam de forma covarde a vida do rapaz. Ele era tão jovem, cheio de sonhos, jogou no Paysandu e queria dar uma vida melhor para a família, mas esses assassinos covardes não deixaram”, disse um conhecido de Bruninho.
A comunidade agora quer que a Polícia Civil identifique e prenda os assassinos para que a justiça seja feita e os moradores voltem a ter tranquilidade, o que não é possível com um bando de assassinos circulando livremente pelas ruas do bairro.