Um professor de 24 anos foi brutalmente agredido por estudantes em Planaltina, no Distrito Federal, após proibir um aluno de usar o celular durante a aula. O incidente ocorreu nas proximidades do Centro Educacional Vale do Amanhecer, onde ele leciona, e está sendo investigado pela Polícia Civil do DF.
De acordo com o relato do docente às autoridades, na última terça-feira, um aluno foi flagrado utilizando o celular em sala de aula. Seguindo a norma vigente, o professor solicitou que o aparelho fosse entregue. Diante da recusa do estudante, a equipe gestora da escola foi acionada e confiscou o dispositivo, devolvendo-o somente ao fim da aula.
Ao sair da instituição de ensino, o professor foi seguido até um ponto de ônibus nas imediações, onde foi atacado por dois estudantes de 17 anos. Segundo o boletim de ocorrência, as agressões ocorreram fora do ambiente escolar, e ainda não há confirmação oficial se o aluno que teve o celular apreendido está entre os agressores.
Diante do episódio, a Coordenação Regional de Ensino de Planaltina, o Sindicato dos Professores (Sinpro) e profissionais da saúde, incluindo psicólogos, compareceram à escola na quarta-feira para prestar apoio ao professor e à comunidade escolar. Em nota, a Secretaria de Educação informou que está adotando medidas para garantir acolhimento e suporte aos docentes e alunos.
A Polícia Civil do DF segue investigando o caso e deve se manifestar após a conclusão do inquérito.
Lei restringe uso de celulares em escolas
O caso ocorre um mês após a entrada em vigor da Lei n.º 15.100/2025, de autoria do deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que proíbe o uso de celulares em todas as etapas da educação básica, da educação infantil ao ensino médio. A norma impede o uso do aparelho dentro do ambiente escolar, incluindo salas de aula, intervalos e recreios, mas não proíbe sua posse nas dependências da escola.
Exceções são permitidas apenas em situações de emergência, como estado de perigo, necessidade ou força maior. A regra é válida para escolas públicas e particulares em todo o território nacional.
O episódio em Planaltina aponta os desafios da aplicação da legislação e o impacto da proibição nas relações entre estudantes e professores. E levanta debates sobre segurança no ambiente escolar e a necessidade de medidas eficazes para evitar novos casos de violência contra educadores.















