Um adolescente de 15 anos, acusado de balear o próprio pai para defender a mãe, foi posto em liberdade pela autoridade policial da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Marabá, após prestar depoimento na companhia de um advogado, na última sexta-feira (13). Na ocasião, a acusação contra ele era de tentativa de homicídio.
O pai do adolescente, Michael Gomes da Silva, de 32 anos, entretanto, morreu na manhã do último sábado (14), no Hospital Municipal de Marabá, na região Carajás, sudeste paraense, três dias depois de ter sido baleado pelo filho, na residência da família, na Marabá Pioneira.
O caso agora é tratado como homicídio, mas a mãe e o adolescente sustentam a versão de legítima defesa. Segundo a Polícia Civil, a arma utilizada no crime, que pertencia ao pai do menor, foi jogada em um rio e ainda não foi encontrada.
A mãe do garoto disse em seu depoimento à polícia que vivia em situação de violência doméstica, imposta pelo marido. Segundo ela, na última quarta-feira (11), estava novamente sendo agredida pelo companheiro, quando o filho do casal, para defendê-la, entrou em luta corporal com o pai, momento em que aconteceu o disparo.
A mãe disse também aos policiais que Michel da Silva já havia sido indiciado por agressão contra ela e já existia, inclusive, deferimento pela Justiça de medidas protetivas de urgências em razão das agressões.
O adolescente foi apresentado pela mãe, na sexta-feira (13), acompanhado de um advogado, na Delegacia da Polícia Civil, quando o pai e marido ainda estava internado no hospital.
Pai apontou o filho
No dia da briga, quando os policiais militares chegaram ao local do crime, na casa dos envolvidos, na orla da Marabá Pioneira, Michael da Silva ainda estava consciente e disse que o autor do disparo fora mesmo seu próprio filho. Ele foi levado ao Hospital Municipal de Marabá.
Os militares que atenderam a ocorrência apreenderam e apresentaram na delegacia um carregador de pistola 9 milímetros e 10 munições do mesmo calibre. A arma usada no crime não estava no local, pois havia sido levada pelo menor.
A mãe relatou para a polícia que a arma, uma pistola, era de propriedade da própria vítima e estava escondida debaixo do travesseiro. Ela foi jogada pelo adolescente no rio Tocantins. O garoto segue em liberdade até decisão da Justiça.