Os trabalhadores do campo estão sujeitos a um veneno com o qual lidam diariamente, mas pouco percebem seus efeitos devastadores para a saúde: os agrotóxicos.
Números da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde revelam o crescimento do número de mortes e intoxicações envolvendo defensivos agrícolas no Brasil.
Em 2017 foram registrados 4.003 casos de intoxicação por exposição a agrotóxicos em todo o país, quase 11 por dia. Em uma década, a estatística praticamente dobrou. Foram 2.093 casos em 2007.
No ano passado, 164 pessoas morreram após entrar em contato com o veneno e 157 ficaram incapacitadas para o trabalho, sem contar intoxicações que evoluíram para doenças crônicas como câncer e impotência sexual.
Os números crescem em ritmo parecido com o aumento do consumo dos defensivos agrícolas. A vigilância deveria ser redobrada.
Decreto deu pilha
O Brasil já é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Um decreto de 2011 zerou o IPI, que é um imposto federal, dos agrotóxicos. Um convênio de 1997 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) reduziu o ICMS, cobrado pelos governos estaduais.
Saúde é o que importa? Pelo jeito, o lucro diz que não.
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