O caso mais aberrante de Icoaraci é o descaso com o chalé “Tavares Cardoso” |
Essa rua de Outeiro, como toda a ilha, não vê nenhuma obra de Zenaldo |
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O deputado aponta que na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, para seu gabinete, Zenaldo orçou vultuosos R$ 21,2 milhões, sendo a maior parte desses recursos utilizada para pagamento de pessoal vinculado ao gabinete, isto é, servidores DAS, e para pagamento de ações administrativas. Mas, absurdamente, para as três agências distritais que deveriam cuidar dos distritos de Icoaraci, Mosqueiro e Outeiro, foram previstos apenas pouco mais de R$15,4 milhões, somando o orçamento das três agências.
Para a agência distrital de Icoaraci, segundo o deputado, foram alocados um pouco mais de R$ 6,8 milhões, “sendo apenas R$ 20 mil reais para investimentos. Para a agência distrital de Mosqueiro, um total de R$ 5,1 milhões, dos quais míseros R$ 14 mil reais para investimentos e para a administração regional de Outeiro somente ínfimos R$ 3,5 milhões, sendo R$ 40 mil para investimentos. O resultado disso é o caos provocado por esta crise de investimentos”.
A realidade de Mosqueiro é marcada pelo abandono. A bucólica, como também é conhecida, possuía ruas limpas, orla conservada e uma política de valorização turística, pelo menos na época do carnaval. Atualmente, a ilha passa por um processo quase irreversível de degradação. Com uma visão pouco empreendedora da Prefeitura Municipal de Belém, a ilha não passa por manutenção regular e os problemas se acumulam por todos os lados.
Dramático – A situação de Outeiro também é lamentável. Cruzada a ponte sobre o rio Maguari, o que se identifica em muitos pontos da ilha é o descaso. Sem que seja necessário alcançar o interior do distrito, os problemas começam a ficar evidentes logo na entrada, nas ruas transversais tomadas pela lama e esgoto a céu aberto. Os famosos três “S” do então candidato Zenaldo Coutinho nem de longe passaram pela ilha. À ausência de saneamento básico somam-se a insegurança, a falta de saúde e a precarização dos serviços de transporte.
Em várias comunidades, a situação é dramática. Na Passagem das Flores, na comunidade Fidelis, por exemplo, os moradores reclamam que quando chove, a população anda na lama, a rua não é asfaltada, nem tem saneamento básico, as águas se acumulam e os moradores ficam à mercê das variadas doenças, inclusive a dengue e a zika.
“Este é o espelho, na verdade, de vários bairros e comunidades do distrito. Os moradores precisam buscar ainda serviços de saúde fora do distrito, porque em Outeiro a saúde pública é um verdadeiro caos. A precariedade de serviços como saneamento básico, transporte, saúde e segurança complica a vida dos moradores. Apenas alguns dos problemas, diariamente a população é obrigada a conviver com alagamentos e insuficiência de ônibus urbanos.
Chalé – Icoaraci também sofre com a inoperância da prefeitura. A realidade é a mesma dos demais distritos: falta saneamento, precariedade da saúde, educação, alagamentos constantes e total abandono dos prédios históricos. O chalé Tavares Cardoso, um casarão da época da borracha, em Icoaraci, está em completo abandono. Há dois anos, a Prefeitura de Belém anunciou uma reforma, mas não há nenhuma obra no local. A biblioteca pública municipal que funcionava no espaço foi transferida para uma casa alugada.
O mato alto e o abandono são notórios no chalé, localizado no bairro do Cruzeiro. O casarão histórico foi construído por um português no século XIX. Em 2013, o porão foi invadido pela chuva e ficou parcialmente destruído. O espaço, onde funcionava a única biblioteca municipal de Belém, foi fechado. A biblioteca Avertano Rocha foi realocada para um casarão particular alugado pela prefeitura.
O espaço tem mais 40 mil exemplares de livros e revistas e recebe cerca de 20 pessoas por dia. Tudo relegado a último plano, já que o gabinete do prefeito é prioridade. No bairro da Maracacuera, por exemplo, os moradores se sentem esquecidos. Com as ruas sem o mínimo saneamento, uma quadra de esportes sem condições de uso e uma ponte quebrada, que representa riscos para a população, eles reclamam que foram abandonados pela prefeitura.
O loteamento 7 de setembro é próprio retrato do abandono. Sem saneamento básico, os moradores de uma rua improvisaram tubulação, mas os buracos já estão reaparecendo. Para eles, sairem de casa é um problema, especialmente quando chove.
Se depender do que foi previsto na LOA neste ano de 2016, resume Lélio Costa, a situação tende a piorar. Vejamos: em Icoaraci, despesas correntes, 7,7 milhões; investimentos, 15 mil (pasmem, é isso mesmo). Mosqueiro: despesas correntes, 5,2 milhões; investimentos, 10 mil. Outeiro: despesas correntes, 3,2 milhões; investimentos, 10 mil.
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