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As audiências públicas com os moradores parece que de nada serviram. |
Essa é a área da Revita onde é despejado todo o lixo de Belém e Ananindeua |
Tanques iguais a este hoje estão cheios de lixo e novos buracos foram abertos |
Moradores da área do lixão de Marituba, pertencente à empresa Revita Engenharia Ltda, telefonaram há pouco para a redação do Ver-o-Fato para denunciar o mau cheiro que invade as residências, às 24 horas do dia, exalando fedentina e gases provenientes do lixo recolhido das 450 mil casas de Belém e Ananindeua e depositado no local. Esse novo lixão, como se sabe, substituiu desde 2014 o famigerado Lixão do Aurá, em Ananindeua.
“Ninguém suporta o fedor, é horrível. A gente não consegue dormir à noite e precisa estar com o ventilador ligado na cara da gente para poder suportar o mau cheiro”, dizem moradores revoltados. Eles informaram que estão organizando um abaixo-assinado para as autoridades ambientais e do Ministério Público, cobrando providências.
Segundo o morador José Maria Oliveira, o governador Simão Jatene e o prefeito de Belém Zenaldo Coutinho deveriam ir à Marituba para comprovar o crime contra a saúde pública que está ocorrendo na área. “Foram eles que trouxeram a Revita para Marituba e deram esse contrato na mão dela, mas agora quem paga o pato, sofrendo com essa fedentina somos nós”, emendou Josélia Santos Almeida, que disse ter crianças em casa que reclamam de dor de cabeça e coceiras pelo corpo.
Sem fiscalização – Outra denúncia é de que fiscais só aparecem na área para pegar propina e desaparecem sem verificar as queixas dos moradores. Ou seja, o lixão da Revita está se transformando numa espécie de sucursal do inferno para cerca de 2 mil famílias residentes às proximidades do lixão. O mau cheiro e tanto que muitos se queixam de problemas de saúde.
Os reclamantes afirmam que as seis audiências públicas realizadas em Marituba, quando o lixão da Revita ainda não estava em operação, de nada serviram a não ser de muita conversa para boi dormir das autoridades e de políticos. Falou-se em preservação de mananciais de água, na vida dos animais silvestres, nos igarapés e, principalmente na qualidade de vida das famílias que já viviam no local antes de a Revita aparecer em Marituba.
“Só papo furado, mentiras e promessas vazias”, lembra Antonio Firmino, outro morador revoltado com o mau cheiro. Ele disse que dezenas de buracos foram abertos pela Revita para receber o lixo da população de Belém e de Ananindeua sem que haja qualquer preocupação da empresa em saber como as famílias estão se sentindo.
Chama a atenção, além das denúncias, o fato de a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) ter feito o licenciamento ambiental da área para que a Central de
Processamento e Tratamento de Resíduos Sólidos – CPTR Marituba começasse a recolher o lixo, mas sem intensificar as fiscalizações para saber se tudo estava sendo feito como manda a legislação. A lei ambiental na área, aliás, parece ter ido para o espaço faz meses.
Processamento e Tratamento de Resíduos Sólidos – CPTR Marituba começasse a recolher o lixo, mas sem intensificar as fiscalizações para saber se tudo estava sendo feito como manda a legislação. A lei ambiental na área, aliás, parece ter ido para o espaço faz meses.
Um exemplo: o lixão funciona a menos de 1 quilômetro dos aglomerados urbanos, quando a norma ambiental determina que o limite deve ser de no mínimo 3 quilômetros. Isto sem falar na contaminação das água subterrâneas, com o agravante de que a maioria das famílias utiliza a água de poços artesianos para suas necessidades, como cozinhar e tomar banho.
Quem vai pagar por isso? Bem, já sabemos. O lado mais fraco: a população. Agora envenenada pelo mau cheiro do lixão da Revita. A denúncia feita ao Ver-o-Fato exige o urgente posicionamento das autoridades.
Está na hora de acordar.
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