A Bunge quer expandir sua exportação de soja pelos portos do Pará |
O senador Jader Barbalho deu um nó tático na bancada do PMDB na Câmara dos Deputados e conseguiu amarrar com Lula e Michel Temer a indicação do filho, Helder, para a Secretaria dos Portos, que possui status de ministério, porque ligada diretamente à presidência da República.
Helder vai pegar o bolo pronto. Na quarta-feira, enquanto o pau quebrava em longas negociações no Palácio do Planalto para saber quem iria para onde, na dança de ministérios, o Tribunal de
Contas da União (TCU) liberava os leilões
das primeiras concessões de terminais portuários, pela modalidade de
outorga.
É muita grana em jogo: somente na primeira etapa desses leilões, a perspectiva é de atrair R$ 2,1 bilhões em investimentos privados. Em breve, serão lançados editais para os leilões de arrendamento de oito áreas, cinco nos portos públicos do
Estado do Pará e três no Porto de Santos, o maior da América Latina. As
empresas vencedoras terão direito a explorar os terminais pelo prazo de
25 anos.
No Pará, os novos terminais serão destinados ao escoamento da
produção de grãos, fortalecendo o chamado Arco Norte, e no Porto de
Santos teremos um terminal de grãos e dois de celulose, uma carga
bastante demandada. A licitação pela modalidade de outorgas permitirá ao
governo federal arrecadar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.
O Programa
de Investimentos em Logística dos portos poderá receber investimentos
privados de até R$ 37,4 bilhões com as concessões.
Como se vê, Helder ganhou um presentão de Lula, o grande articulador que quebrou a resistência de Dilma. O Ministério da Pesca, é verdade, morreu sem choro nem vela. E a Secretaria dos Portos, convenhamos, é um filão político. Tem visibilidade e perspectivas de atrair investimentos que não estão no gibi.
É, também, paralelamente, uma das secretarias de governo mais monitoradas pelos órgãos de fiscalização e por julgadores de contas, contratos e licitações, como o implacável TCU.
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