Adriano Brandão, o “Pânico”, ou “General”: fuga sob chuva de balas |
Victor estava no carro da Susipe ao lado de Adriano e também fugiu |
“Foi muita ousadia, eles calcularam todos os riscos e pareciam dispostos a matar e a morrer. O Adriano (“Pânico”) e o Victor conseguiram fugir sob uma chuva de balas da Polícia Militar, que cercou a área, mas não conseguiu evitar que ambos fugissem”, narrou a fonte. Até agora, a polícia não recapturou nenhum dos foragidos.
Segundo a fonte do Ver-o-Fato, os presos ligados ao esquema teriam sido avisados de que seriam resgatados numa operação arriscada e demonstraram frieza na hora em que o grupo armado invadiu o local, trocando tiros com os militares que fazem a segurança do complexo de Americano os quais receberam apoio de PMs de Santa Isabel e do grupamento tático operacional de Castanhal. “Na confusão, quatro agentes foram mantidos reféns pelos presos. Alguns, que iriam fugir, tiveram que retornar para dentro do presídio porque o tiroteio era intenso”, relatou a fonte. Dois presos foram baleados.
Nas contas do militar, pelo menos 10 presos de alta periculosidade, também ligados ao Comando Vermelho, conseguiram ganhar a liberdade. A rebelião que se sucedeu após o resgate de presos durou toda a manhã desta sexta-feira e só foi contida no começo da tarde. Vários presos teriam sido mortos, mas a Susipe não confirmou.
O caso mais dramático, cujo vídeo o Ver-o-Fato exibe abaixo, foi de um agente penitenciário que, refém dos presos, foi obrigado a segurar várias bombas de dinamite. No vídeo, o agente segue orientações ditadas por um preso, dizendo que estaria “tudo bem”, que ele era “bem tratado”, ao mesmo tempo em que pedia a presença da imprensa e de um juiz.
Em contato com a direção da Superintendência do Sistema Penal (Susipe), o Ver-o-Fato quis saber se Adriano Brandão e Paulo Victor já haviam sido recapturados, mas a resposta foi de que nada podia ser dito. Segundo a Susipe, às 17 horas de hoje seria emitida uma nota, dizendo oficialmente quantos presos fugiram e quais os nomes deles. O órgão estatal de segurança não desmentiu, nem confirmou, se os chefes do CV estavam entre os foragidos.
Histórico de crimes
Adriano da Silva Brandão, o “Pânico” ou “General” é considerado indivíduo de altíssima periculosidade. Condenado em 2004 a 46 anos de prisão pela justiça do Pará por assaltos a banco, morte de policial militar e lesões corporais graves, em junho do ano passado foi considerado foragido pela polícia do Tocantins. Ele e seu bando assaltaram o Banco do Brasil de Gurupi. O assalto, por volta das 10 da noite, aterrorizou a população. No Pará, ele assaltou carros fortes e agência bancária em Tucuruí. Foi preso na BR 155, entre Marabá e Eldorado dos Carajás.
Com ele, os policiais apreenderam um fuzil AK 47 – arma de guerra -, dezenas de munições; dois coletes à prova de balas; quatro capuzes tipo “balaclava”; luvas; cordel detonador de explosivos; carregadores de armas e roupas camufladas. As policias do Maranhão, Pará e Tocantins tem uma lista de crimes cometidos por Adriano. Ele é fugitivo do presídio de Pedrinhas, no Maranhão, e tem três ordens judiciais de prisão por assaltos a carros-fortes em Marabá, no Pará; no Maranhão e no Tocantins.
Nem os dez anos em que ficou preso no Pará serviram para afastá-lo da criminalidade. A fonte do Ver-o-Fato garantiu que Adriano Brandão é quem comandava de dentro da penitenciária de Americano as mortes de policiais militares na região metropolitana de Belém.
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