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cerca de 420 paginas, é o titulo de nosso nono livro. É também o
que sai da temática de Logística
de Transportes na Amazônia,
de que tratam os anteriores.
2012 completou 100 anos do início da chamada Crise da Borracha,
quando a Malásia, com clones furtados da Amazônia, entrou no
mercado mundial vendendo borracha à preço muito inferior ao até
então praticado pela Amazônia e países vizinhos. Agora, na
renovação dos seringais malasianos, o governo brasileiro deu os
clones e pôs a Embrapa à disposição dos proprietários desses
seringais, cidadãos ingleses e americanos. Tirei de todos os meus
escritos, a referência ao “Ladrão do Fim do Mundo” como se pode
entender tamanha inconsequência de decisão, se ao mesmo tempo o
BASA, que superintende –apenas legalmente-, as coisas de
borracha na Amazônia, não aprova projeto de plantio de seringueiras
de empresários regionais?
tal como a Embrapa, dos interesses da Malásia e não vai deixar que
eles tenham concorrentes? Parece que a realidade dos acontecimentos
não se alinham muito bem entre si. Ao fim de mais 10 anos, na região
abrigada pelos estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, estarão
plantadas l5 milhões de seringueiras, para o que muito contribuíram,
o Basa e o Banco do Brasil. Isso veio atrapalhar os eternos planos do
empresariado regional de liderar o plantio e atuar fortemente nas “
áreas de escape”, como aliás recomendou, enfaticamente, o
seminário/workshop “Seringueira na Amazônia: situação atual e
perspectivas”, realizado em Belém do Pará , em 1998, com a
participação dos principais cientistas e os pesquisadores há muito
envolvidos no problema da seringueira.
bancos oficiais se associaram em torno da região sudoeste do país,
onde também está situado o mercado consumidor dessa matéria prima.
Motivados pela situação da economia amazônica, que deu origem ao
“tomei um Ita no Norte e fui pro Rio morar” do imortal Bily
Blanco, que sintetizou o grande movimento emigratório da população
amazônica, o governo federal tomou alguma providência mitigadora?
Ao contrário, o famoso “Discurso de Getúlio Vargas” limitou-se
a apresentar um sem número de providências que o tempo se incumbiu
de esboroar.
programa chamado de “Batalha da Borracha”, que em nada foi
estimuladora de progresso social. Ao contrário gerou o maior
morticínio coletivo da população nortista e nordestina do país.
Que restou hoje? Tão somente dois órgãos públicos voltados para o seu próprio umbigo. Ao contrário, são partícipes em cumplicidade com o extrativismo devorador dos recursos do solo e subsolo regional, que em nada beneficiam a comunidade da região.
cessar, em 1912, essa atividade, por total impossibilidade de
enfrentar os concorrentes malasianos, também teve fim a fase áurea
da borracha na qual Belém e Manaus ostentavam luxo e riqueza tal
como nas principais capitais europeias. A lei de Talião entrou em
atividade. O suicídio de muitos empresários que atuavam como
“aviadores”, deveu-se ao fato de que a nova realidade se chocava
com a ética que então marcava o padrão de honradez do mundo
dos negócios – a garantia do “fio de bigode” para com as
dívidas. O “aviamento”
às necessidades de consumo e de trabalho dos seringueiros, cujo
valor só depois da colheita eram ressarcidos, ainda assim graças
aos vultosos empréstimos de bancos privados, na sua totalidade
de matrizes no exterior.
decorrência da entrada no mercado da borracha da Malásia produzida
com nossos clones furtados, tem início a atividade dos
“atravessadores” que chegavam ao seringal e mediante pagamento
levavam tudo que estava estocado. Meu bisavô morreu em nossa casa,
vivendo pessoalmente uma crise de falência. Muitos de seus
conterrâneos, que na fase áurea respondiam com seus faustos
recursos pelas noites de encantamento de Belém e Manaus, pelo Museu
Goeldi e o Bosque Rodrigues Alves, terminaram seus dias na mais
completa miséria. Alguns outros, todavia, deram origem aos primeiros
investimentos industriais que mitigaram a penúria, sobretudo do
poder de arrecadação do governo, o que por sua vez propiciou o
surgimento das dissidências políticas, que chegaram, infelizmente-,
até os dias atuais.
como em Manaus. Os anos de bem-aventurança não se caracterizaram
pela imagem que é impingida às novas gerações. Foram anos de
muito trabalho e competência que nos deram as indústrias de
tecelagem de algodão, cordoaria de fibras – muito antes da chegada
das fabricas de juta e malva-, cervejaria, curtumes, pneumáticos,
estaleiros, sapatos, pregos e parafusos, cigarros, alimentos, sabões,
cerâmica, joias, medicamentos, hotelaria, construção civil e
muitas outras, que inclusive receberam medalhas de ouro em exposições
internacionais. Esses homens não eram engenheiros, nem economistas,
e nem financistas. Eram apenas comerciantes dotados de uma fé
inquebrantável na força espiritual que fez as grandes nações do
mundo de hoje, já na enésima geração de empreendedores, o que
infelizmente não ocorreu na Amazônia.
do espetáculo dantesco da exploração do ouro em Carajás, e se tem
conhecimento de que o governo que a tudo assistia sem nada fazer
desse e ainda recebia seu “naco” de espoliação dos mineradores
improvisados, que ao chegar nem sabiam o que era um ”batel”. As
realizações que foram feitas pelos descendentes desses primeiros
empreendedores, sob tutela dos órgãos federais criados para gerir
os recursos, e sem ter especialistas em nenhuma das especialidades
referidas pela lei, para a analise técnica, negocial, comercial e
empresarial. O retumbante fracasso da maioria esmagadora dos
empreendimentos aprovados está a demonstrar claramente que isso não
ocorreu! Em muitos o problema financeiro em franco desajuste entre o
projetado e o aprovado realizar pelas liberações dos recursos,
levaram a simples paralisação das obras civis ou da encomenda de
máquinas. Mas a implantação de um projeto de seres vivos,
sobretudo do reino vegetal não permitiria tal providência.
A motivação
para marcar um século dessas ocorrências devoradoras da poupança
acumulada que o Conselho Regional de Economia do Pará, às voltas
com a realização do IV ENAM – Encontro dos Economistas da
Amazônia-, houve por bem adotar o fato centenário para ser a
temática das plenárias, mormente tendo em vista a
sensibilidade generalizada, do abandono sistêmico da região
pelo poder central, e do pífio e vergonhoso resultado da ação de
seus dois órgãos de ação regional: Sudam e Basa. Neste ponto
convém ter em mente que o substantivo centenário é aqui empregado
como medida temporal de ocorrência permanente, isto é, ao longo de
todos os dias de cada ano e não o espaço integral de um ano após
outro.
capa do livro que tem a inovadora decisão de dar-lhe
dois prefácios, de executivos e proprietários exitosos em
seus negócios, geneticamente com descendência de imigrantes- o
que foi proposital por extremamente necessário para coonestar a
tese principal do livro: a defesa moral do empresário de então,
ignorantemente ainda que jocosa, sádica, maliciosa e indevidamente
eram apelidados de “Barões da Borracha” .Além das falas em
plenário, em que os simpatizantes de um sistema que praticamente já
não existe mais nos países do mundo que são importantes
considerar, também nas colaborações que foram solicitadas para
compor os anais teóricos, inclusive de um que apresentou uma tese
sobre borracha valendo-se de quadros estatísticos que
tabulam dados dos fenômenos borracha e plástico, conjuntamente!
Por isso inscrevemos, logo na capa, nossa discordância ao chamar a
atenção do leitor com a observação de conteúdo, de “algumas
interpretações diferenciadas”.
o livro tenta desmistificar a aleivosia mostrando que foram eles que
introduziram as primeiras e importantes manifestações industriais
da Amazônia, a par de mandarem lavar as cuecas na Europa. Há um
trabalho inédito e inacabado que mostra ser a arrecadação de
tributos da época muito superior a de hoje. Teatro da Paz e Teatro
Amazonas, Porto de Belém e Porto de Manaus foram, possíveis graças
a economia portentosa que aqueles imigrantes souberam
desenvolver. Um breve repasse
de coisas brasileiras da atualidade, tão verdadeiras quanto
chocantes, pretendem mostrar ainda mais a validade do repto à
aleivosia. O retumbante e colossalmente desonesto sistema de
“Incentivos Fiscais” foi causa e não efeito.
Nova desdita parece dizer que ainda não aprendemos a lição. Poucos
empreendimentos sobraram da hecatombe que se abateu em toda região.
Alguns empreendimentos que restaram dessa fase- poucos e
bons-, tem a característica interessante de não terem
usado o sistema de IF no aspeto financeiro. O fizeram apenas no
que respeita aos benefícios de isenção tributária. O livro
mostra que em 100 anos restou para a Amazônia:
o desmatamento indiscriminado;
os gravíssimos e dolorosos acidentes de escalpelamento;
o fracasso político do Tratado da Panamazônia;
a exploração desenfreada dos minerais, que nem o exemplo real da
exploração
do Manganês do Amapá, em que apesar do fim tão melancólico
não
foi capaz de motivar as autoridades para sua não repetição;
um monte de arsênico, rejeito da exploração do manganês no Amapá;
várias jovens deformadas em pleno viço da juventude;
extremamente necessária, que
deu origem a um espetáculo, denunciado no livro, de exploração de cadáveres
com fotografias e notícia em jornais:
a continuidade do escalpelamento, que devido a dificuldade decorrente
do nível cultural dos responsáveis
requer alguma decisão que não dependa do proprietário. Lembro, se
possível, que omotor
já venha de fábrica de forma irremovível:
outro lado, pode-se questionar a seriedade de algumas atitudes mais
burlescas do que importantes, que atestam a continuidade da
desfaçatez em lidar com assuntos tão sérios e dolorosamente de
ação sobre os humanos. Com muita pompa e circunstância- peço
desculpas outra vez à memoria de Strauss, aconteceu recentemente com
muita cobertura da mídia e correspondente passividade das elites
empresariais e governamentais:
-
Financiamento
pelo ARFMM, à ribeirinhos, que jamais teriam condições de
ser financiados, e
que nunca sequer puseram seus pés num estabelecimento bancário.
Vale acrescentar que muitos
nem sabem o que isso significa;
-
A
ocorrência de uma rumorosa reunião havida em Manaus, logo em
seguida à ocorrência de mais um acidente fluvial, com muitas
mortes, promovida por órgão do Poder Judiciário, para debater o
que já era bem conhecido e debatido, ficando até hoje tudo como
“era dantes no quartel de Abrantes”; -
mudança
do porto de mar do “Corredor Centro Norte de Exportação” do
Pará para o Maranhãoou
para o Amapá;
-
A
constatação de que o pior IDH do continente é o de um município
na Amazônia. E com certeza vai permanecer só na constatação; -
Já
agora, com o trabalho dos dois jornalistas que criaram a
terminologia de “Favela Amazônia”, o conhecimento do espantoso
avanço da maior praga social, a droga, atingindo até mesmo os
povos indígenas, beneficiários do sistema da Bolsa Família ! -
A
irritante e indecorosa passividade, dando vez a inutilidade dos
órgãos federais que atuam na área do crescimento econômico.
conduta dos que rotulam os imigrantes faz crer que logo vão atacar
os imigrantes dos séculos XVII e XVIII e seus descendentes,
acoimados de serem os responsáveis por ‘100 anos de solidão’, a
mesma do imortal autor colombiano, prêmio Nobel de literatura.
o pior do pior mesmo está num fato que enriqueceu muita gente e
durante muito tempo, e a menos que eu esteja mal informado , continua
enriquecendo,! A ”pela” ou ”pele” da borracha que o produtor
vendia ao Basa, a única instituição que a poderia comprar e vender
ao setor industrial brasileiro, o principal comprador, graças ao
legalmente estabelecido “monopólio da borracha”, era dividida nas seguintes partes denominadas: “
Fina,
Entre-fina, Sernambi Virgem e Sernambi Rama”.
Banco pagava ao produtor de acordo com a classificação acima, que
indicava tão somente o percentual de água contido na borracha. A
qualidade era igual em todas as partes. A passagem da pele pela
estufa eliminava toda a agua.
percentual de desvalorização – entendam bem,
desvalorização -,
progressiva da Fina ao Sernambi Rama. Quanto foi escamoteado ao seringalista que quando era usado o fumeiro para a coagulação morria cego, que se instalava progressivamente? E, resta perguntar, se o Basa adotava o mesmo critério na venda aos industriais de São Paulo !
completar, a descoberta de um medicamento eficaz para o tratamento da
úlcera, usado internacionalmente, não
ocorreu em
nenhum
centro de ensino e pesquisa amazônico.
Enfermidade dilacerante e de intenso odor nauseabundo, em que o
cometimento quase sempre levava à criação de um problema social
intransponível no seio da família, que acabava por dar lugar à
desagregação da mesma. A resultante era o internamento hospitalar,
por longo espaço de tempo, quase sempre ate a morte do paciente,
gerando problemas de inexistência de vaga e custos na longa ocupação
nas enfermarias, além da desagregação familiar referida.
medicamento que consegue em muito pouco tempo cicatrizar a ferida,
tirado do latex da seringueira. Objeto de publicação em revista
científica, foi desenvolvido pela Universidade de São Paulo,
através de trabalhos da Universidade de São Carlos. É pouco
lisonjeiro, no
ranking das
universidades brasileiras, a posição que ocupam as universidades da
Amazônia, que em nenhum dos quesitos aferidores justifica os artigos
alvissareiros publicados em jornal e revista de órgão associativo,
que circulam em Belém.
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